Soneto 17 ~Se te comparo a um dia de verãoÉs por certo mais belo e mais amenoO vento espalha as folhas pelo chãoE o tempo do verão é bem pequeno.Ás vezes brilha o Sol em demasiaOutras vezes desmaia com frieza;O que é belo declina num só dia,Na terna mutação da natureza.Mas em ti o verão será eterno,E a beleza que tens não perderás;Nem chegarás da morte ao triste inverno:Nestas linhas com o tempo crescerás.E enquanto nesta terra houver um ser,Meus versos vivos te farão viver.
Vós conversais quando deixais de estar em paz com vossos pensamentos. E quando não podeis mais viver na solidão de vosso coração, procurais viver nos vossos lábios, e encontrais então uma diversão e um passatempo nas vibrações emitidas. Em grande parte de vossas conversações, o pensamento é meio assassinado. Pois o pensamento é uma ave do espaço que, numa gaiola de palavras, pode abrir as asas, mas não pode voar. Há entre vós aqueles que procuram os faladores por medo da solidão. A quietude da solidão revela-lhes seu Eu-desnudo, e eles preferem escapar-lhe. E há aqueles que falam e, sem o saber ou prever, traem uma verdade que eles próprios não compreendem. E há aqueles que possuem a verdade dentro de si, mas não a expressam em palavras. No íntimo de tais pessoas o espírito habita num silêncio rítmico. "OProfeta (A conversação) * foto de limehouse
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